Massacre de índios no Amazonas

Cerca de 40 índios da tribo Juma, do Amazonas, foram massacrados, em abril de 1974, por um grupo de brancos comandados por Daniel Albuquerque, que depois se tornaria prefeito de Tapuá, e pelo comerciante Orlando França, representante da firma Souza Arnaud em Lábrea. Apenas oito ou 10 índios conseguiram sobreviver ao massacre e se isolaram na região do baixo rio Icuan.

A matança só foi descoberta quatro anos depois de praticada e denunciada no número cinco do jornal Porantim pelo padre Paulo Suess, secretário regional do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) no Amazonas. Os Juma, também conhecidos como Boraha, eram um grupo arredio, cujos primeiros contatos com os brancos foram amistosos, mas se tornaram violentos por causa da disputa com os brancos por suas terras.

Na época das chuvas, os brancos penetravam nas terras indígenas para tirar sorva e quebrar castanha. Muitas vezes invadiam as casas dos índios para destruir as plantações, violar as mulheres e atirar contra os Juma, que moravam em um afluente do rio Purus. Só três anos depois do massacre nasceu a primeira criança no meio do grupo remanescente.

(O Liberal, Belém/PA, 02/11/1978)